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Ministros de Israel ameaçaram derrubar o governo caso plano de paz dos EUA seja aceito


Dois ministros israelenses de extrema direita ameaçaram renunciar e romper a coalizão governamental do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se ele aceitasse uma proposta de paz apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

Biden revelou na sexta-feira (31) que disse ser uma proposta israelense em três fases para encerrar o conflito em Gaza, que combinaria a liberação de reféns com um “cessar-fogo total e completo”.

Durante um discurso na Casa Brancao presidente americano disse que o Hamas estava degradado a tal ponto que já não conseguiu realizar o tipo de ataque visto em 7 de outubro, que desencadeou a atual guerra em Gaza.

“É hora desta guerra acabar”, disse ele, uma indicação clara de que – no que lhe diz respeito – os objetivos da guerra de Israel foram realizados.

Por outro lado, os dois membros mais proeminentes da extrema-direita do governo de Israel, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, deixaram claramente claro que rejeitaram um cessar-fogo imediato.

Ó primeiro-ministro Benjamim Netanyahu também sinalizou que não está pronto, lançando dúvidas sobre a proposta de Biden.

Numa declaração nas redes sociais, Smotrich disse que “deixou claro” a Netanyahu que não “faria parte de um governo que concordaria com a propsota e acabaria com a guerra sem destruir o Hamas e devolver todos os reféns”.

Smotrich executou que os combates continuaram até a “destruição do Hamas e ao regresso de todos os reféns”, bem como à “criação de uma realidade de segurança completamente diferente em Gaza e no Líbano”.

Já o Ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, descreveu o acordo como “imprudente” e “uma vitória para o terrorismo”, bem como um perigo para a segurança de Israel.

“Se o primeiro-ministro implementar o acordo imprudente nas condições publicadas, que significam o fim da guerra e a desistência da eliminação do Hamas, Otzma Yehudit dissolverá o governo”, disse, referindo-se ao partido de extrema-direita que ele liderou e que ajuda a sustentar a maioria de Netanyahu no parlamento.

Biden questionado ao governo israelense no seu discurso, fazendo um apelo direto à cidade de Israel para que expressassem o seu apoio.

“Sei que há pessoas em Israel que não concordam com este plano e apelarão à continuação da guerra indefinidamente. Alguns, alguns até estão na coligação governamental”, disse ele.

Netanyahu sob pressão

A proposta prevê primeiro a libertação de reféns e a retirada de Israel de “todas as áreas povoadas de Gaza” e, eventualmente, culminaria num plano de retirada para Gaza, que ficou em ruínas devido aos combates.

O plano foi amplamente bem recebido, com a ONU e outras potências internacionais incentivando Israel e o Hamas a aceitá-lo. O Hamas disse que via o plano “de forma positiva” e estava pronto “para lidar de forma positiva e construtiva com qualquer proposta baseada num cessar-fogo permanente”.

Em contrapartida, menos de uma hora depois de Biden ter detalhado a proposta, Netanyahu insistiu que Israel não acabará com a guerra em Gaza até que tenha alcançado todos os seus objetivos, incluindo a destruição do Hamas.

Até o ponto Netanyahu concordar com o plano não é claro, uma vez que a declaração também afirma que o “esboço exato” da proposta de Israel permite ao país “manter estes princípios”.

Netanyahu enfrenta pressão não apenas dentro de sua própria coligação. No sábado, os manifestantes voltaram às ruas, exigindo sua demissão e eleições antecipadas.

O líder da oposição israelense, Yair Lapid, ofereceu-se para apoiar Netanyahu na liberdade da proposta e condenou os comentários de Smotrich e Ben Gvir.

“As ameaças de Ben Gvir e Smotrich são uma negligência da segurança nacional, dos reféns e dos residentes do norte e do sul”, disse ele.

“Este é o pior e mais imprudente governo da história do país. Para eles, aqui há uma guerra para sempre, responsabilidade zero, gestão zero, um fracasso total”, completou.

O governo de Netanyahu enfrenta apelos crescentes internacionais para acabar com a guerra em Gaza à medida que o conflito se aproxima do seu nono mês.

A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas contra civis israelenses em 7 de Outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos e mais de 200 pessoas reféns. A campanha judaica em Gaza, desde então, matou mais de 36 mil pessoas.



Fonte: CNN Brasil

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