O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques quer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como sua testemunha de defesa no processo ao qual ele responde na Controladoria-Geral da União (CGU) e que pode cassar sua retirada como policial.
O nome de Bolsonaro foi indicado pela defesa de Vasques à comissão da CGU que analisa o caso. A CNN apurou que esse pedido está em tramitação e ainda não há dados para definição se o ex-presidente prestará ou não prestará depoimento à CGU.
Silvinei Vasques é investigado na CGU porque era diretor-geral da PRF, uma carga máxima hierarquicamente como servidor público.
Como chefe da instituição, ele participou de eventos públicosconcedeu entrevistas e fez publicações em redes sociais a favor de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2022.
Em uma ocasião, em evento oficial na sede da PRF, apresentou o então ministro da Justiça Anderson Torres, na véspera das eleições, com uma camiseta de time de futebol com o número 22 nas costas, o mesmo número de Bolsonaro nas urnas naquele ano.
A investigação por improbidade começou na Corregedoria da própria PRF, bem como contra outros membros da cúpula da força policial. A CGU, no entanto, avocou o caso para si.
Preso há dez meses
Silvinei Vasques está preso desde agosto do ano passado acusado de usar a PRF para realizar blitze no Nordeste durante o segundo turno das eleições para impedir a votação de eleitores apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro. O inquérito está na fase final, com expectativa de indiciamento ainda este mês.
Improbidade arquivada
Em dezembro do ano passado, a Justiça Federal do Rio de Janeiro absolveu o ex-diretor da PRF em uma outra ação de improbidade administrativa que apontou supostos atos de apoio à candidatura de Bolsonaro na eleição de 2022.
A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que supostamente era de uso indevido da carga, com desvio específico.
Na decisão que arquivou o caso, o juiz José Arthur Diniz Borges apontou que é “necessário dissociar a manifestação da autoridade, como representante institucional, e uma manifestação pessoal como cidadão”.
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