Você vê rostos em nuvens ou em objetos? Entenda o que você entende

Você já olhou para uma nuvem ou para rochas e enxergou o formato de um animal ou um rosto? Ou então viu manchas em uma parede e figuras familiares? Esse diferenças psicológicas é algo natural do cérebro humano, é conhecido como pareidolia e desperta curiosidade em muitas pessoas.

Essas interpretações, geralmente, ocorrem com formas conhecidas, como rostos, objetos, animais ou símbolos específicos. Isso porque nosso cérebro está programado para buscar e interpretar padrões rapidamente, como forma de adaptação evolutiva, objetivando nos ajudar a identificar possíveis situações de perigo.

Embora a pareidolia seja uma condição comum a todos, estudos apontam que pessoas com muita criatividade ou imaginação podem ter maior predisposição para enxergar formas em objetos aleatórios. Além disso, as mulheres estão mais pré-dispostas ao público.

“Isso ocorre devido à evolução da nossa espécie: as mulheres desenvolveram maior habilidade de reconhecimento de faces e emoções, para o cuidado e sobrevivência da prole, do que os homens. Além disso, o cérebro feminino envolve melhores processos afetivos e sociais do que o masculino”, explica a neuropsicóloga e neurocientista Camila Campanhã.

Outro fator levantado pelos cientistas que influenciam nosso cérebro à pareidolia é a predisposição em acreditar em feições paranormais e religiosos. Essas pessoas tornam-se mais suscetíveis a enxergar rostos humanos em objetos de pessoas que são céticas.

Além disso, especialistas acreditam que condições emocionais e psicológicas — como ansiedade, estresse e solidão — também podem aumentar a percepção dessas formas.

Por que a maioria vê rostos?

Uma das manifestações mais conhecidas da pareidolia é a identificação de rostos em objetos ou então na natureza. Isso acontece porque os rostos são uma das primeiras formas que o ser humano aprende a considerar, já nos primeiros meses de vida.

Além disso, existe um padrão básico de rostos que facilitam sua identificação. E não é só isso, os objetos inanimados não parecem ser apenas rostos sem expressão, eles também “esboçam” expressões faciais como alegria, medo ou tristeza.

“Detectar uma face humana e inferir suas qualidades — emoções, estado emocional, intencionalidade, identidade etc — é fundamental para nos prepararmos para a ação — lutar, fugir ou se aproximar. Detectar se o outro pode ser uma ameaça é fundamental para a nossa sobrevivência”, acrescenta Campanhã.

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