A Câmara Municipal de Vitória aprovou o projeto que cria o Programa Ilha do Mel. O objetivo é incentivar a criação de abelhas nativas sem ferro, naturais da capital do Espírito Santo. O texto agora vai à sanção do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
A proposta, aprovada na última quarta-feira (5), prevê a criação dessas abelhas em áreas públicas e privadas, nos chamados meliponários.
Os criadores poderão ser instalados em residências, empresas, escolas, hortas comunitárias e outros locais públicos, como parques, praças e demais áreas verdes de Vitória, mediante autorização municipal ou termo de cooperação.
Segundo o autor do projeto, o vereador Leonardo Monjardim (Novo), está previsto o plantio de 200 mil árvores. O texto estabelece ainda a criação de espaços de orientação sobre o tema, voltados para estudantes.
Meliponicultura: o que é?
O termo meliponicultura foi cunhado em 1953 pelo professor Paulo Nogueira-Neto, pesquisador brasileiro, e definiu a criação de abelhas nativas sem ferro.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as abelhas nativas são mais adequadas aos pequenos agricultores, por não oferecerem perigo, não exigirem força física, nem dedicação demorada ao manejo. Além disso, os custos para a criação são relativamente baixos.
Mel diferente
Essas abelhas produzidas com mel orgânico, com sabor e aroma diferenciados produzidos por abelhas com ferro. O mel de abelhas sem ferro pode ter preço até quatro vezes maior em relação ao mel produzido por abelhas africanas (com ferro).
Espécies ameaçadas
Atualmente, das 243 espécies de abelhas sem ferro registradas no Brasil, 42 ocorrem no Espírito Santo. De acordo com a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do estado, alguns deles estão em perigo de extinção, como uruçu capixaba, uruçu boi, uruçu do chão e cupira sooretame.
O meliponicultor é um agente importante na preservação dessas abelhas, que garante a reprodução de diversas espécies vegetais, por meio da polinização.
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