A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Recentemente, um estudo publicado no A Lancetaem colaboração com a OMS (Organização Mundial da Saúde), demonstrou que existe 1 bilhão de pessoas com a doença no mundo. No Brasil, as estimativas são de que 50% das crianças e adolescentes tenham obesidade ou sobrepeso até 2035.
A condição está associada a diversos fatores, incluindo genética e aspectos externos. Uma revisão recente, publicada na Metabolismo da Natureza na última segunda-feira (4), listou os principais determinantes da epidemia de obesidade nos países latino-americanos.
De acordo com os pesquisadores — Sandra Ferreira (USP); Yazmín Macotela (UNAM – México); Licio Velloso, coordenador do OCRC (Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades); e Marcelo Mori, associado ao OCRC — existem oito fatores determinantes para a obesidade:
- Ambiente físico;
- Exposição alimentar;
- Interesse econômico e político;
- Desigualdade social;
- Acesso limitado ao conhecimento científico;
- Cultura;
- Comportamento contextual;
- Genética.
A revisão também debate como as características específicas dos países da América Latina devem ser levadas em consideração para que haja intervenções práticas na redução das taxas de obesidade.
Os pesquisadores propõem uma tarefa de força em cada país latino-americano, com iniciativas destinadas a compreender a doença e impedir seu crescimento, envolvendo abordagens multidisciplinares e globais que considerem esses fatores associados à obesidade.
Além disso, os autores defendem estratégias públicas e políticas mais específicas, considerando as diferenças regionais e a complexidade da doença em nível individual e sistêmico.
O objetivo da revisão é orientar os exercícios para soluções mais eficazes e, ao mesmo tempo, defender uma abordagem mais ampla direcionada à epidemia de obesidade na América Latina.
Aumento nas taxas de obesidade no mundo e no Brasil
Mais de 1 bilhão de pessoas estão com obesidade no mundode acordo com uma análise global publicada na revista A Lanceta no final de fevereiro. Os dados mostram que a doença mais do que dobrou entre adultos e quadruplicada entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, no período entre 1990 e 2022.
Segundo uma análise, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022. Em 1990, o número de meninos e meninas obesos era de 31 milhões, enquanto o de adultos era de 195 milhões.
As taxas de obesidade também estão em tendência de crescimento no Brasil, conforme mostra o Atlas Mundial da Obesidade 2024, lançado no início de março pela Federação Mundial de Obesidade.
De acordo com o documento, a taxa anual de crescimento da obesidade em crianças e adolescentes brasileiros entre 2020 e 2035 será de 1,8%. Em 2035, a previsão é de que a taxa de obesidade nessa faixa etária chegue a 50%com mais de 20 milhões de crianças e adolescentes obesos ou com sobrepeso.
Em relação aos adultos, o Atlas sugere que haverá um aumento anual de 1,9% nos números de adultos brasileiros com obesidade e sobrepeso entre 2020 e 2035.
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