Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (11) que contratou o ex-diretor interino de Imigração e Fiscalização Aduaneira, Tom Homan, de volta ao governo.
Em uma publicação na rede Truth Social, o presidente eleito afirmou que Tom Homan atuará como o “czar das fronteiras”. Segundo Trump, ele será responsável pela fronteira com o México e com o Canadá, além da segurança aérea e marítima.
“Conheço Tom há muito tempo e não há ninguém melhor para policiar e controlar nossas fronteiras”, escreveu o republicano. “Da mesma forma, Tom Homan será responsável por todas as deportações de estrangeiros ilegais de volta ao seu país de origem. Parabéns ao Tom. Não tenho dúvidas de que ele fará um trabalho fantástico e há muito esperado”.
O ex-diretor interino do Serviço de Imigração contribuiu para o Projeto 2025, o amplo projeto conservador para o próximo presidente republicano, do qual Trump se distanciou durante sua campanha.
Numa entrevista recente ao programa “60 Minutes” da CBS, Homan argumentou que “as famílias poderiam ser deportadas juntas” quando questionado sobre a promessa de Trump de realizar deportações em massa imediatamente após assumir a carga.
Ele também argumentou que esse esforço seria direcionado, embora ainda não se saibam planos exatos sobre como seria realizada – e quanto custaria. “Não haverá uma varredura em massa dos bairros. Não vamos construir campos de concentração”, disse Homan à CBS.
Em um sinal de sua influência na órbita de Trump, Homan discursou na Convenção Nacional Republicana em julho.
“Tenho uma mensagem para os milhões de estrangeiros ilegais que Joe Biden libertou em nosso país, violando a lei federal: é melhor vocês começarem a fazer as malas agora”, disse Homan no palco em Milwaukee. “É isso mesmo.”
Policial de carreira, Homan foi o símbolo dos esforços do primeiro governo Trump para intensificar a fiscalização da imigraçãoantes de se aposentar em 2018. Ele serviu temporariamente no cargo desde o início do governo Trump, apesar de nunca ter sido confirmado pelo Senado.
Homan frequentemente tomava o microfone – inclusive em pronunciamentos na Casa Branca – para defender as prisões de imigrantes ilegais por agentes seus, para pedir uma fiscalização mais robusta e para atacar as políticas de “cidade sagrada”. O termo se refere a cidades que limitam ou se recusam a cooperar com o governo federal nas leis de imigração.
Em uma ocasião, ele disse ao Congresso que os imigrantes ilegais “deveriam ter medo”.
Homan também supervisionou um sistema de imigração que colocou um número de registro de crianças imigrantes sob custódia dos EUA. Em setembro de 2017, Homan disse em um evento público que sua agência iria levar pessoas sem documentos que se apresentassem para cuidar das crianças, algo que as administrações anteriores evitaram.
“Eles não podem se esconder nas sombras”, disse Homan num evento de segurança na fronteira em Washington, acrescentando que os pais devem estar “ombro a ombro” com os seus filhos no tribunal. “Vamos colocar os pais em processos, processos de imigração, no mínimo. …Isso é cruel? Eu não acho.”
*Com informações da Reuters
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