Posição dos diretores sobre redução do corte de juros não é especificamente sobre junho, explica Campos Neto

0
1
Tagreuters.com2024binary LYNXMPEK150HK FILEDIMAGE


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, explicou nesta quinta-feira (28) que a posição, manifestada por alguns diretores da autarquia, sobre a necessidade de reduzir o ritmo do ciclo de flexibilização monetária não se refere especificamente à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para junho, nos dias 18 e 19.

Como revelado na última ata do Copom, referente à reunião da semana passada, alguns membros do colegiado argumentaram que, se a incerteza permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de corte de juros pode se tornar otimizado.

Nesta quinta, na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), Campos Neto disse que esse trecho da ata decorre da intenção do BC de aumentar a transparência dos debates que acontecem no Copom. Ele esclareceu que a discussão sobre o ritmo se deu em torno do horizonte, e não especificamente sobre a reunião de junho.

“Houve um questionamento sobre o ritmo e o caminho do ciclo que nos levaria mais longe e com maior certeza”, comentou o presidente do BC.

Ele pontou que quando se refere a “alguns membros”, o BC está indicando que o argumento foi colocado por dois ou mais de seus diretores. Campos Neto enfatizou que, ainda que em uma longa reunião os diretores do BC não convirjam em todos os temas, as decisões do Copom, inclusive a última, têm sido unânimes.

“O Copom não está dividido, a decisão foi unânime. Tentamos abrir um debate sobre visões futuras, em que existiam opiniões diferentes”, comentou o presidente do BC. “A gente tentou ser mais transparente”, reiterou.

Campos Neto reforçou a visão no BC de que as incertezas, tanto domésticas quanto externas, aumentadas, ou que levam a autoridade monetária a ser mais dependente de dados. Apesar disso, ele disse que o cenário base do BC não melhorou vantajosamente.

Ao falar sobre a retirada, motivada pelas incertezas, a indicação sobre o ritmo de corte de juros a partir de junho, o chamado forward guidance, o presidente do BC afirmou que o instrumento tem benefícios, mas também custos.

A vantagem, explicou, é guiar as expectativas do mercado quando há verdade sobre o ambiente econômico. Por outro lado, quando as incertezas aumentam, o valor do forward guide diminui, trazendo também um custo para o BC mudando sua comunicação no meio do caminho, ponderou.



Fonte: CNN Brasil

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here