Polícia indicia 2 pessoas por morte de menino eletrocutado na academia do Recife


Após 28 dias de investigação, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu o inquérito sobre a morte de Thomas Felipe Bandeira da Rocha, de 10 anos, que sofreu um choque elétrico enquanto brincava em uma academia do Recife, em uma praça no bairro do Engenho do Meio , Zona Oeste da cidade.

Duas pessoas foram indiciadas por homicídio culposo: um microempreendedor individual contratado pelo Instituto de Gestão de Esporte e Cultura (Igec), responsável pela manutenção da academia, e o eletricista que havia contratado para realizar o serviço. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil na quinta-feira (31).

De acordo com o delegado João Gustavo Godoy, que esteve à frente da investigação do caso, uma análise das normas técnicas regulamentares revelou uma relação direta entre a instalação elétrica e o acidente fatal.

“A gente entendeu que existe clara relação entre a ação deles, a forma como foi feita a ligação, e o evento que ocasionou a morte do menor“, explicou o delegado.

Segundo o laudo, o sistema elétrico que causou a descarga fatal apresentou falhas graves. A instalação estava sem aterramento e havia fios desencapados, conforme já apontado pela família de Thomas desde o início das investigações.

Após a conclusão do inquérito, Tássia Bandeira, mãe de Thomas, fez um apelo público, solicitando uma fiscalização rigorosa nas áreas públicas.

“Eu sei que não foi intencional, mas a pessoa herdou o risco. Se uma pessoa sabe que está errado, por que faz? Ainda faço um apelo. Prefeitura, fiscalize os postes e as instalações nas praças”, declarou Tássia, visivelmente emocionada.

Apesar do indiciamento por homicídio culposo, o advogado da família, Clevison Bezerra, contesta a classificação do crime.

Segundo ele, o caso deveria ser enquadrado como homicídio com dolo eventual, em que o responsável não tem a intenção de matar, mas age assumindo o risco de causar esse resultado.

“Houve quatro vítimas: uma fatal e três com ferimentos leves. Isso não pode ser classificado como homicídio culposo. Essa instalação foi feita em local público, onde várias pessoas têm acesso, então era previsível que isso pudesse acontecer”, destacou Bezerra.



Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
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