Parte em casa é segura? Veja possíveis riscos e cuidados necessários


Gisele Bündchen44, está grávida do primeiro filho com o namorado, o professor de jiu-jitsu Joaquim Valente35. Segundo fontes da revista People, um ex-modelo planeja realizar o parto em sua mansão.

Ó parto domiciliar é aquele feito no ambiente caseiro, seja de forma programada, seja por emergência. Geralmente, uma gestante opta pelo parto em casa por considerar ser um local acolhedor e tranquilo, onde sua família poderá estar presente.

“O parto domiciliar é feito de maneira semelhante ao parto no hospital. Uma paciente entra no trabalho de parto e ela será assistida e acompanhada pela equipe que estiver na casa dela”, explica Beatriz Cristofaro Mantuan, ginecologista e obstetra da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva (CPMR), à CNN.

O parto domiciliar pode contar com uma banheira com água morna, que ajuda a aliviar a dor das contrações na gestante, e deve ser acompanhado por profissionais especializados, como obstetras, enfermeiros e fisioterapeutas.

Riscos do parto domiciliar

Apesar de muitas gestantes optarem pelo parto domiciliar, a prática pode trazer riscos ao bebê e à mãe. O Ministério da Saúde, através da Nota Técnica nº 2/2021não recomenda o parto realizado em casa e defender o ambiente hospitalar como o local de maior segurança para o nascimento, “devido, principalmente, à disponibilidade de equipe assistencial completa, equipamentos para assistência emergencial, entre outros insumos tecnológicos.”

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), com a Associação Médica Brasileira (AMB), também não recomenda o parto domiciliar e, em posicionamento oficial sobre o assunto“reafirma o compromisso de ser sempre aliado de todas as mulheres grávidas no Brasil, defendendo que todos os partos no Brasil sejam feitos em condições de segurança adequadas, dentro de Maternidades devidamente estruturadas”.

“Os riscos são muitos altos de acontecer uma emergência e não dar tempo de salvar a vida desse bebê e da mãe. (No parto domiciliar) Não temos recursos o suficiente para tratar uma emergência, seja ela uma hemorragia, uma asfixia perinatal ou uma eclâmpsia, que é uma convulsão na mãe, ou a necessidade de uma cesárea”, explica Monique Novacek, ginecologista obstetra da Clínica Mantelli, à CNN.

Ao optar por um parto em casa, é essencial escolher um local com hospital de referência próximo para casos de emergência e é preferível que uma ambulância esteja presente no endereço. No entanto, mesmo tomando esses cuidados, há o risco de surgirem emergências e não haver tempo suficiente para chegar ao hospital. “Alguns imprevistos podem acontecer no momento do parto, mesmo quando está tudo indo bem na gestação”, acrescenta.

Cuidados necessários no parto domiciliar

Mesmo com os riscos conhecidos, muitas mulheres optam pelo parto domiciliar planejado para buscar um local mais prazeroso e familiar para o nascimento do bebê, além do desejo de evitar supostas intervenções médicas excessivas.

Nesse caso, alguns cuidados são essenciais para que o parto domiciliar seja mais seguro. Ó primeiro passo é escolher uma equipe profissional que estará no local no momento do parto. “É preciso conversar com os profissionais e ver se eles aceitam realizar o procedimento, além de saber se a gestação é de baixíssimo risco e avaliar todas as questões relacionadas ao bebê, à placenta e entender se a mulher não teve nenhuma complicação, se teve ou não parto de cesárea anterior”, afirma Novacek.

Também é preciso avaliar se o bebê está bem encaixado para o parto natural e todos os exames pré-natais deve estar no dia. “A equipe médica que estará presente no local deve estar bem preparada para cuidar de emergências, ou seja, saber reanimar o bebê caso ele nasça com uma parada cardiorrespiratória, ter cuidados para casos de hemorragia, disponibilizar alguns medicamentos em casa também. Ou seja, tem que ser algo bem preparado”, orienta a ginecologista.

O ideal é que os profissionais envolvidos no parto domiciliar sejam os mesmos do parto hospitalar, reitera Mantuan. Isso inclui, pelo menos, um obstetra, um neonatologista, equipe de enfermagem e fisioterapeuta. “Quanto maior e mais treinada a equipe, melhor”, afirma.

Doulas também podem estar presentes para dar suporte ao paciente, tanto físico quanto psicológico. “Elas podem rir, tranquilizar e realizar exercícios de respiração, por exemplo”, acrescenta Mantuan.

Quando o parto domiciliar é contraindicado?

De acordo com Novacek, o parto domiciliar é contraindicado em gestações de alto riscocomo nos casos em que a mãe teve pressão alta na gravidez, diabetes gestacional, trombofilia ou caso faça uso de remédio controlado.

“Pacientes que têm gestações gemelares e casos em que o bebê está sentado, ou seja, apresentações anômalas, apresentação pélvica transversa, bebês com mais de quatro quilos, alterações de placenta, histórico de cesárea ou hemorragia em partos anteriores também são alguns dos exemplos em que o parto em casa não é indicado”, afirma o ginecologista.

No entanto, há uma ressalva: “O ideal é que não se tenha o parto domiciliário devido aos riscos de mortalidade e mortalidade materna neonatal, além de possíveis sequelas para o recém-nascido”, finaliza Mantuan.

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Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
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