O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assinou nesta sexta-feira (26) a Parceria para o Clima com a secretária do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. O acordo tem o intuito de avançar na cooperação internacional para enfrentar a crise climática e é baseado em quatro pilares principais.
A parceria foi formalizada durante o Encontro dos Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais no Rio de Janeiro, no âmbito do G20, e visa unir esforços para enfrentar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento econômico sustentável.
Na ocasião, Haddad afirmou que Brasil e EUA nunca foram países distantes e mantém cultura, princípios e valores comuns. Ele ainda reforçou que a política não é feita só de números, mas de símbolos. De acordo com ele, os dois países estão estreitando laços para enfrentar o contexto atual.
“Todos os objetivos no que foi assinado hoje tem foco da nossa atuação conjunta”, disse. “As diretrizes vão se transformar em ações concretas rapidamente”, pontuou o ministro.
Yellen, por sua vez, afirmou estar agradecida com a parceria firmada e que os dois países têm uma longa história, incluindo relações de investimento e outras parcerias. De acordo com ela, a parceria vai beneficiar não só as duas economias, mas em escala global.
A secretária ainda citou os esforços do ministério da Fazenda brasileiro no plano de transformação ecológica, desenhando títulos de investimentos verdes e que tudo isso colabora para uma economia mais resiliente. “Queremos ser parceiros e trabalhar juntos lado a lado”, disse.
O anúncio surge em um momento crítico, após as devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul que afetaram gravemente o extremo sul do Brasil.
Em declaração conjunta divulgada sobre o pacto, os dois países destacaram que a resposta conjunta às crises ambiental e climática é crucial para apoiar transições justas e impulsionar o crescimento econômico sustentável. As autoridades também expressaram solidariedade às vítimas e prometeram empenhar esforços para mitigar as tragédias climáticas.
De acordo com o documento, desde o ano passado, Brasil e EUA têm colaborado para alinhar suas políticas ambientais e climáticas. A carta afirma que autoridades dos dois países têm se reunido em diversas ocasiões, enfatizando o compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável.
A parceria anunciada visa, segundo o comunicado, implementar ações conjuntas para preservar o meio ambiente e promover justiça social.
Medidas ambientais do Brasil
O Brasil, com mais de 90% da sua geração elétrica livre de carbono, lançou o Plano de Transformação Ecológica (PTE), que projeta um aumento de 2% no PIB até 2030 e a criação de milhões de empregos.
O país tem priorizado as finanças sustentáveis, especialmente durante sua presidência no G20, e busca liderar esforços globais contra a mudança climática.
Iniciativas climáticas dos EUA
Nos Estados Unidos, o Inflation Reduction Act e a Bipartisan Infrastructure Law estão mobilizando investimentos em energia limpa.
Essas legislações já geraram 170.000 empregos verdes e alocaram US$ 10 bilhões para iniciativas de conservação ambiental, promovendo uma transição justa e beneficiando a economia global.
Cooperação internacional
Brasil e EUA reforçam a importância da colaboração global para mitigar as mudanças climáticas.
A parceria se concentra em quatro pilares: cadeias de suprimento de energia limpa, mercados de carbono de alta integridade, finanças da natureza e da biodiversidade, e fundos climáticos multilaterais.
Os países planejam continuar a cooperação no G20 e outras plataformas multilaterais, visando financiar a transição energética, proteger recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável.
Além dos compromissos bilaterais, o acordo reforça a intenção de colaborar em fóruns multilaterais como o G20 e a COP30/CMA7. Ambos os países destacaram a importância de integrar suas ações no cenário internacional para enfrentar os desafios climáticos globais e promover um desenvolvimento sustentável.
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