Gilmar diz que conciliação do marco temporal “caminha”, mas evita prazo final para acordo


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou à CNN que as audiências de conciliação sobre o marco temporal avançaram, mas preferiu não se comprometer com uma data para um possível acordo.

A previsão inicial é que a comissão especial criada em abril fosse finalizada em dezembro.

“Acordo é assim: não existe até que seja feito”, comentou o ministro.

O decano da Corte citou o acordo feito pelo STF em setembro deste ano para a demarcação de uma terra indígena em Antônio João, no Mato Grosso do Sul.

O local é palco de constantes conflitos com registros de tiroteios e mortes de indígenas. Segundo o ministro, a conciliação parecia sem finalização quando houve acordo entre as partes.

O ministro determinou a criação de uma comissão especial na Corte para discutir o tema e suspender todas as ações em curso sobre o marco temporal. As reuniões reuniram-se em agosto.

Gilmar disse que há reconhecimentos de “excessos” de ambas as partes nas audiências do marco temporal.

Os primeiros encontros no STF foram marcados por tensão entre os indígenas e o formato das audiências.

Entidades do movimento indígena abandonaram as negociações e afirmaram que havia “desigualdade negocial”.

Integrantes de associações também reprovaram a indicação de representantes feitos pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

Já o ministro comentou que espera o retorno dos indígenas e negou uma paralisação da comissão.

Marco temporal

A tese do marco temporal estabelece que os indígenas só têm direito de ocupar terras que ocuparam até a data da promulgação da Constituição Federal, em outubro de 1988.

Em um julgamento, em setembro de 2023, o STF decidiu que a tese é inválida. Porém, antes de a decisão do STF ser publicada, o Congresso Nacional aprovou uma lei para estabelecer o marco temporal.

O impasse gerou ações na Suprema Corte que questionaram a constitucionalidade da lei e também processos que pedem o reconhecimento da proposta aprovada pelos parlamentares.

12 congressistas são eleitos para prefeituras; saiba o que acontece



Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
Leave a Comment