Filtro detector de microplástico feito por brasileiros ganha prêmio do MIT


O projeto de um filtro ecológico que detecta e retira microplásticos e nanoplásticos de filtros domésticos foi o ganhador da medalha de ouro na categoria de Biorremediação do iGEM, competição global criada em 2003 pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de São José dos Campos, interior paulista, o BARBIE 4.0, é composto por uma matriz biológica que utiliza a principal proteína presente na teia de aranhas acoplada a proteínas de ligação ao plástico e um biossensor para detectar o material na água.

O CNPEM já depositou uma patente para proteger a invenção da proteína BARBIE1, aplicada tanto no biossensor quanto no Eco-filtro.

“O filtro ainda não está em estágio de desenvolvimento. Nós desejamos essa proteína que tem capacidade aumentada de se ligar em diferentes microplásticos que são contaminantes e que acabam indo para a água”, explicou a pesquisadora do CNPEM e responsável pelo projeto, Gabriela Persinoti.

“Essa proteína tem a capacidade de formar um hidrogel que tem a capacidade de filtrar e combinada com essa proteína Barbie, tem uma capacidade ainda mais alta para filtrar esses microplásticos e nano plásticos, que são partículas muito pequenas de plástico que são geradas pela manipulação do plástico, principalmente aquelas que são descartadas de forma errada.”

Segundo Gabriela, a ideia é usar os Filtros convencionais já foram usados ​​em residências e adicionaram esses novos dispositivos no final do filtro. Desta forma, primeiro são filtradas partículas maiores, e depois os microplásticos.

A percepção dessas partículas, quando ingeridas, pode se alojar em partes do organismo é recente e ainda não há regulamentação no Brasil da quantidade tolerada.

“No Brasil ainda não existe regulamentação sobre a quantidade máxima de microplástico que pode haver na água, então esse projeto é muito importante para investirmos tanto na regulamentação quanto na filtragem”, afirmou.

“O problema das micro e nano partículas está bem na fronteira do conhecimento, então é importante discutirmos isso com entidades reguladoras e cientistas para propormos soluções e a regulamentação disso, para evitarmos problemas de saúde futuros devido ao acúmulo de substâncias no corpo.”

Um cientista disse que ainda não há previsão para que a tecnologia entre no mercado porque ainda é necessário ampliar os testes com os outros plásticos para ter uma robustez maior. Por enquanto os testes foram feitos com plástico utilizado para fazer o isopor. Depois desses testes será possível elaborar mais protótipos e chegar ao produto final a ser distribuído para o mercado.

Barbie

Desenvolvido por pesquisadores do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), estagiários, estudantes de pós-graduação e da Ilum Escola de Ciência, o projeto ganhou o nome de BARBIE 4.0 porque forma, em inglês, a sigla: Bioengineered Aquatic Remoção de Poluentes Aquáticos por Bioengenharia e Biossensorização por meio de Filtro Ecológico Integrado.

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Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
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