Feijão geneticamente modificado é criado para inibir gases; entenda


Uma edição gênica eles grãos de feijão realizado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) irá inibir os gases provenientes dos alimentos.

O desconforto estomacal que gera flatulências ocorre devido ao grupo de substância chamada rafinose, tipo de carboidrato que o corpo humano não digere a forma adequada.

Pensando nisso, os cientistas conseguiram desativar dois genes responsáveis ​​por produzir carboidratos da família rafinose, através de uma ferramenta genética de sistemas chamada CRISPR (sigla em inglês para Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas).

As informações foram combinadas ao conhecimento de um estudo do genoma do feijão, sequenciado há cerca de dez anos.

Após investigarem o padrão de expressão de genes, os pesquisadores identificaram e inativaram a rafinose e a estaquiose – outro oligossacarídeo de difícil digestão.

A equipe responsável pelo estudo, divulgado nesta terça-feira (19), são os pesquisadores Josias Correa e Rosana Vianello e o bolsista Dener Lucas dos Santos.

“No caso de características relacionadas à qualidade tecnológica e nutricional de grãos, a técnica emerge como uma ferramenta importante para editar genes específicos e, com isso, realizar um melhoramento de precisão, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de variedades mais atrativas para produtores e consumidores”, afirma Vianello.

A pesquisadora destacou a técnica CRISPR como revolucionária para a edição gênica. A próxima etapa do estudo, segundo a pesquisadora, é o avanço de gerações de plantas editadas com os respectivos genes desativados.

O lançamento da variedade já editada poderá acontecer em um período entre cinco a oito anos.

Técnica de remoção de substâncias antinutricionais

Embora estejamos trabalhando no estudo que poderá investigar o problema estomacal após a ingestão do feijão, uma técnica simples também é capaz de eliminar as toxinas do alimento, detectadas como substância antinutricional.

Deixar o feijão de molho antes do cozimento ajuda na hidratação dos grãos, além de fazer com que o alimento não seja indigesto. A enzima fitase consegue liberar nutrientes que ficam presos no fitato, causando menos desconforto digestivo.

Nenhum processo é preciso lavar os grãos em água corrente e deixar escorrer. A primeira alternativa é deixar o feijão de molho por 12 horas antes do cozimento, trocando a água apenas uma vez.

Já o molho curto consiste em levar o feijão em uma panela com água e esperar ferver. Na sequência, é necessário apagar o fogo, tampar a panela e deixar por uma hora. Depois é só escorrer a água do molho e cozinhar.

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Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
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