Autoridades cubanas disseram na noite de sábado (9) que não tolerariam “desordem pública” enquanto equipes de emergência da ilha removiam escombros e trabalhavam para restaurar a energia em partes do oeste de Cuba, ainda no escuro, quatro dias após a passagem do furacão Rafael.
O furacão Rafael derrubou centenas de linhas de transmissão e postes no oeste de Cubadeixando todo o país com 10 milhões de habitantes sem energia elétrica e provocando protestos.
O principal promotor de Cuba disse que apresentou acusações e deteve “preventivamente” pessoas nas províncias de HavanaMayabeque e Ciego de Ávila por “agressão, desordem pública e vandalismo”.
“(Tais crimes) contrastam com a atitude altruísta e solidária de todos aqueles que, atualmente nas situações específicas, se dedicam a ajudar o país a se recuperar”, disse o promotor em um comunicado.
“As ações realizadas nos territórios para recuperar os serviços devem ser acompanhados de um clima de ordem, disciplina e respeito às autoridades”, completou o promotor.
A breve nota não incluiu detalhes sobre as prisões ou os crimes cometidos.
Mais de 85% da capital Havana teve a energia restaurada na manhã deste domingo (10), disse a operadora da rede elétrica de Cuba. Mas alguns moradores nas mídias sociais falando pancadaria em protesto contra os pagamentos contínuos.
As províncias de Artemisa e Pinar del Rio, mais afetadas pelo furacão, ainda estavam sem energia neste domingo.
Espera-se que os pagamentos continuem em todo o país, já que as antigas usinas de geração de petróleo de Cuba não produzem eletricidade suficiente para atender à demanda.
Protestos em Cuba Comunista são extremamente raros, mas têm surgido com mais frequência à medida que os aumentos devido a pagamentos diários de horas de duração e escassez de água, combustível, alimentos e remédios.
Embora a constituição de Cuba de 2019 garanta aos cidadãos o direito de protestar, uma lei que define mais especificamente esse direito está parada no legislativo há anos, deixando aqueles que vão às ruas em um limbo jurídico.
Grupos de direitos humanos, a União Europeia e os Estados Unidos criticaram a resposta de Cuba aos protestos antigovernamentais de 11 de julho de 2021 — os maiores desde a revolução de Fidel Castro em 1959 — como sendo dura e repressiva.
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