A escalada da crise diplomática entre o Brasil e o governo de Nicolás Maduro atrapalhará as negociações para que os seis opositores que estão asilados na embaixada argentina em Caracas possam sair da Venezuela.
No entorno do presidente Lula, a avaliação é de que o esfriamento das relações e a convocação para consultas do embaixador da Venezuela em BrasíliaManuel Vadell, acompanhado de duras críticas do governo chavista a Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve melhorar os compromissos do Brasil para que Caracas conceda um salvo-conduto para os opositores.
Na Rússia, onde representou o presidente Lula na cúpula dos Brics, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, chegou a interceder pelos opositores e pela libertação de presos políticos no país de Maduro em um breve encontro com a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez.
Nesta quarta-feira, no entanto, um vice chavista afirmou que Vieira “mentiu” para ela, para Maduro e para o chanceler venezuelano, Yván Gil. A declaração ecoa a versão do presidente venezuelano de que o ministro brasileiro foi dito pessoalmente para ele que o Brasil não vetaria a Venezuela do bloco.
Maduro chegou a dizer que o chanceler brasileiro “quase desmaiou” ao vê-lo no fim do evento e que o confrontou, mas que Vieira teria insistido que a Venezuela pudesse entrar no bloco.
Os opositores se refugiaram na embaixada em março após terem mandados de prisão emitidos contra eles, por suposta participação em planos para desestabilizar a Venezuela.
Após as eleições presidenciais, o governo Maduro expulsou o corpo diplomático de ambos os países da Venezuela, e, desde então, o governo Lula tenta que os opositores obtenham um salvo-conduto para o poder sair de Caracas em segurança.
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