A economia da zona do euro cresceu mais rapidamente do que o esperado no terceiro trimestre, mas as ameaças de tarifas de uma possível presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, juntamente com a escalada das negociações comerciais com a China, estão mantendo as perspectivas fracassadas.
O Produto Interno Bruto dos 20 países que integram o euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, superando as expectativas de 0,2%, mas ainda mostrando algumas fraquezas já que o setor industrial teve recessão e o consumo das famílias quase não cresceram, mostraram dados do Eurostat nesta quarta-feira (30).
Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a expansão do bloco acelerou para 0,9%, de 0,6% nos três meses anteriores, um caminho de crescer no ano cerca de 1%, o que está abaixo do que os economistas considerar “potencial” ou taxa natural de expansão sem choques ou estímulos.
A maior surpresa veio da Alemanha, a maior economia do bloco, que cresceu 0,2% apesar de uma série de autoridades preverem recessões devido às dificuldades de seu vasto setor industrial.
Embora a França e a Espanha também tenham reservado uma resiliência inesperada, os números confirmam que o bloco continua atrás dos Estados Unidos, que se saiu melhor há décadas, com uma diferença crescente nos últimos anos.
O crescimento anual dos Estados Unidos, que também será divulgado nesta quarta-feira, deverá se manter em 3,0% no terceiro trimestre devido ao consumo saudável e aos gastos orçamentários abundantes.
A diferença de crescimento entre as duas economias pode se ampliar ainda mais.
O candidato à presidência dos EUA, Donald Trump, que prometeu importar uma tarifa de 10% sobre as importações de todos os países e 60% sobre as importações da China, alertou na terça-feira que a Europa pagará um “preço alto” se ele vencer por não comprar exportações norte-americanas suficientes.
Qualquer nova tarifa deve desencadear uma retaliação, aumentando os custos e dificultando o comércio global, um fator que há muito tempo impulsiona a Europa, uma economia aberta que tem dependido muito da circulação de mercadorias sem barreiras.
A hostilidade comercial dos EUA se soma às tensões já crescentes com a China depois que a UE decidiu aumentar as tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China para até 45,3%, após uma investigação comercial que dividiu a Europa e provocou retaliação de Pequim.
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