Há exatos quatro anos, no dia 11 de março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarava a pandemia de Covid-19. Desde então, a doença acumulada mais de 38 milhões de casos e levou mais de 700 mil pessoas morreram no Brasil, segundo dados do SUS (Sistema Único de Saúde). No mundo, a estimativa era de cerca de 20 milhões de pessoas que haviam morrido no mundo até 2023, segundo a OMS.
Na época, o vírus era desconhecido: não havia vacina contra ele, os conhecimentos eram rasos e não existiam tratamentos específicos. Atualmente, a situação é outra. Diferentes vacinas disponíveis estão, já são conhecidas diversas mutações do vírus e antivírus já foram desenvolvidos para combater a infecção.
A seguir, um CNN traz um complicador de 4 aprendizados que os quatro anos após o início da pandemia de Covid-19 trouxeram para a população no geral. Confira:
1. É fundamental manter a vacinação atualizada
A primeira vacina aplicada no Brasil contra a Covid-19 foi a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela Sinovac, no dia 17 de janeiro de 2021, mesmos dados em que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial do imunizante.
Desde então, outros imunizantes foram aprovados para uso no Brasil, como a vacina da AstraZeneca/Fiocruz/Oxford, a Cominarty, da Pfizer/BioNTech, e a vacina da Janssen/Johnson & Johnson. A maioria, com exceção da Janssen, funciona no esquema de duas dosessendo doses recomendadas de reforço com as vacinas atualizadas.
A vacina bivalente, da Pfizer, é fundamental para proteger também contra a cepa Ômicron. Além disso, no ano passado, a Anvisa aprovou uma atualização da vacina monovalente para proteção contra a variante XBB 1.15. Em março deste ano, um agência também autorizou o registro da Spikevax monovalenteda Adium, representante da farmacêutica Moderna no Brasil, outra opção de proteção para a variante recente.
Estudos recentes mostram que é fundamental manter a vacinação atualizada, com todas as doses aplicadas — incluindo o reforço –, para se manter protegido contra quadros graves da Covid-19. Segundo pesquisadores, pessoas que receberam vacinas atualizadas contra o vírus tinham menor probabilidade de ser hospitalizado em comparação com quem não foi vacinado com as doses atuais.
2. Máscaras e outras formas de prevenção são realmente eficazes
Quando ainda não existiam vacinas contra a Covid-19, a principal forma de prevenir a infecção pelo vírus era usar máscaras e evitar aglomerações. Um estudo publicado na PNAS (Anais da Academia Nacional de Ciências) mostrou que, mesmo a três metros de distância, uma pessoa não vacinada contra o coronavírus e sem máscara pode se infectar em menos de cinco minutos ao inalar partículas expelidas pela respiração de alguém contaminado.
O mesmo estudo mostrou que, se ambas as pessoas estavam usando máscaras bem ajustadas ao rosto, a chance de contato em até 20 minutos seria de apenas 0,1%, no caso das máscaras padrão PFF2. Em relação às máscaras cirúrgicas, mais simples, a chance de contágio seria de 10%.
Mas, além das máscaras, outras formas de proteção também se mostraram eficazes. De acordo com pesquisadores da Universidade de Michigandos Estados Unidos, manter uma ventilação e filtragem do ar em ambientes fechados também é fundamental. Isso porque os vírus que causam Covid-19 — e outras infecções respiratórias, como queixa e bronquiolite — Permanece suspenso no ar por horas.
Ao abrir janelas, ligar ventiladores, filtrar o ar de aparelhos como ar condicionado, é possível fazer o ar ventilar e reduzir a quantidade de vírus presentes no ambiente.
3. Os testes devem ser feitos no momento certo
Os testes para Covid-19 são a principal forma de detectar uma infecção. Atualmente, existem quatro tipos de testes, sendo que um deles pode ser feito pelo próprio paciente.
Apesar de possuírem alta eficácia na detecção do vírus, é preciso saber fazê-los no momento certo para evitar casos de “falso negativo” — quando o resultado do exame não detecta o vírus, apesar do paciente estar infectado.
O tempo ideal para detectar a Covid-19 pode variar de acordo com o tipo de teste. O teste rápido e o autoteste, por exemplo, devem ser feitos no 1º e 7º dia do início dos sintomas. O RT-PCR pode ser feito até o 8º dia dos sintomas, enquanto o teste de sorologia deve ser feito a partir do 21º dia dos sintomas, para saber se uma pessoa já teve Covid-19 anteriormente.
4. Sequelas podem durar muito tempo
Segundo um estudo desenvolvido por pesquisadores da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), três em cada quatro infectados pelo coronavírus desenvolvido Covid longa.
A condição é caracterizada pela ocorrência de sintomas persistentes da doença depois de três meses de contaminação, como dor de cabeça, fadiga, perda de olfato e paladar, tosse, queda de cabelo e complicações neurológicas.
Um outro estudo, realizado por pesquisadores alemães, detectou mudanças no cérebro de pessoas que tiveram Covid longao que pode estar relacionado a sintomas como fadiga, problemas cognitivos e perda olfativa.
Uma outra pesquisa, publicada na Medicina da Natureza em 2023, mostrou que a condição pode incapacitar mais do que doenças cardíacas ou câncer. Segundo o trabalho, a Covid longa gerou mais de 80 anos de vida ajustada por incapacidade, ou seja, anos de vida saudável perdidos devido à doença.
Por fim, dados de um estudo realizado na Espanha, em 2022, mostraram que quase 60% dos pacientes que foram hospitalizados e 67,5% daqueles que não foram internados contando pelo menos um sintoma da Covid-19 dois anos após a infecção.
Compartilhe: