Câncer de mama: entenda como a amamentação pode reduzir o risco


UM amamentação é uma das formas de proteger as mães do risco de desenvolver câncer de mama. Segundo um estudo publicado na revista Cancer Medicine, em 2023, o risco de tumor é reduzido em 4,3% a cada 12 meses de amamentação.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), isso acontece porque, durante o aleitamento, as taxas de hormônios que favorecem o desenvolvimento do câncer de mama cair na mulher. Além disso, a amamentação promove a eliminação e a renovação de células que poderiam ter lesões no material genético, diminuindo as chances do tumor.

“Durante o ciclo menstrual, a mulher produz uma quantidade alta de hormônios femininos, o estrogênio e a progesterona, que fazem muitas coisas boas pelo corpo, mas também estimulam as células mamárias”, explica Guilherme Novita, mastologista da Oncoclínicas, à CNN.

“A célula mamária durante o ciclo menstrual sofre uma proteção e, depois, isso regride. Toda vez que há uma célula de controle, pode ser que surja uma célula com defeito ou cancerígena. Então, uma mulher que tem maior número de ciclos menstruais ao longo da vida acaba sendo aquela que tem maior risco de câncer de mama”, acrescenta.

Durante o período de amamentaçãoo ovário da mulher fica adormecido, segundo Novita, o que reduz a liberação de hormônios que podem favorecer a anemia das células mamárias. Consequentemente, a amamentação ajuda a proteger a mulher do risco de câncer de mama.

No entanto, segundo o mastologista, essa proteção é pouca. “Ao falar de amamentação e câncer de mama, podemos gerar alguns problemas, como uma mulher que ama e acredita que nunca terá câncer, e outra que nunca amou e acredita que está em maior risco. E, na verdade, o que as pesquisas demonstraram é que aquelas mulheres que iniciaram uma vida reprodutiva muito jovens, antes dos 18 anos, e tiveram muitos filhos, intercalando mais gestação e amamentação, tiveram menor risco de câncer de mama”, esclarece.

O especialista ressalta que mulheres que tiveram poucos filhos (entre um e dois) podem ter o mesmo risco de câncer de mama de mulheres que nunca amamentaram. “O grande benefício na proteção é para aquela mulher que se enquadra na população que tem múltiplas gestações seguidas de amamentação, que basicamente isso a gente não vê no nosso dia a dia em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro”, afirma.

De acordo com o Inca, cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, que vão além da amamentação. É o caso de praticar atividade físicamanter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo (incluindo o passivo).

Amamentação e tratamento para câncer de mama

Existem alguns casos em que um câncer de mama é identificado durante a gravidez, gerando dúvidas em relação ao tratamento e à possibilidade de amamentação. Segundo Novita, o câncer de mama é a segunda maior causa de câncer durante a gestação.

“É raro de acontecer, mas os casos aumentaram por um motivo: antes, havia uma mídia de mulheres engravidando por volta dos 25 anos de idade, quando é mais raro ter o câncer. Hoje, há o envelhecimento da maternidade. Então, cada vez mais, vemos mulheres tendo filhos com 30 a 45 anos, uma idade em que há um risco maior de câncer de mama”, afirma.

É possível tratar o câncer durante a gestação, evitando, apenas, exames como raio-x, tomografias e PET-Scan, e tratamentos à base de radioterapia, que devem ser postergados para após o fim da gravidez.

No entanto, os riscos podem variar de acordo com a idade gestacional da paciente. Em matéria publicada anteriormente CNNChristine Marques Ferreira, diretora médica nacional da Linha Obstétrica da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que, no primeiro trimestre, os principais riscos incluem aborto espontâneo, teratogênese e malformações fetais.

“Nos trimestres seguintes, especificamente no segundo e no terceiro, podemos observar riscos quanto à restrição do crescimento e sofrimento fetal. No entanto, é importante ressaltar que alguns tipos de quimioterapia podem ser administrados com segurança nessas fases, sempre levando em consideração o estado de saúde da mãe e do bebê”, afirma Ferreira.

Durante o tratamento de câncer de mama, o ideal é que a mulher não amamente. “É importante lembrar que muitos medicamentos passam a barreira do leite. Então, se você está fazendo radioterapia, quimioterapia ou qualquer outra medicação, não compensa expor o feto ao risco”, ressalta Novita.

Nesse caso, vale apostar em alternativas ao aleitamento, como banco de leites, suplementações ou fórmulas são viáveis ​​para a nutrição do lactente.

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Fonte: CNN Brasil

Victor Carvalho:
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