Os buracos negros não são realmente “buracos”, mas sim gigantescas concentrações de matéria extremamente densa, específicas em volumes muito pequenos.
O nome dessas estruturas deve à sua capacidade de ter uma gravidade tão forte que prende tudo, até mesmo a luz, sob sua superfície, chamada de horizonte de eventos. Como não há emissão de radiação eletromagnética, toda observação que fazemos de um buraco negro é indireta, via raios-X, ondas gravitacionais ou visualização do seu disco de acreção (um tipo de nuvem formada por diversos elementos que gira ao redor do buraco negro) .
A própria noção de superfície não é totalmente exata, uma vez que o horizonte dos acontecimentos é apenas uma fronteira teórica, onde a velocidade de liberação gravitacional excede a velocidade da luz. Na prática, isso significa que um astronauta em uma nave em movimento enxergaria o horizonte de eventos como mais distante, podendo ficar preso, após cruzar um “limite invisível”.
Quais são os tipos de buracos negros?
Existem dois tipos de buracos negros no Universo, e a diferença é apenas no tamanho da massa. O mais básico é o buraco negro estelar, que surge quando uma estrela massiva fica sem combustível e implode sob sua própria gravidade. Embora de difícil detecção, eles podem chegar a centenas de milhões somente em nossas galáxias.

O segundo tipo é o buraco negro supermassivo, resultante da fusão sucessiva de vários buracos negros em uma única estrutura grandiosa. Ainda não completamente compreendido pela ciência, esses gigantes chegam a ter bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Eles ficam no centro de galáxias e se banqueteiam com outras estrelas e gás do seu entorno.
O TONELADA 618o maior buraco negro descoberto até hoje, tem massa equivalente a 40 bilhões de vezes ao Sol, ou 20 vezes o tamanho do nosso Sistema Solar. Com sua imensa borda externa girando à metade da velocidade da luz, ele circula uma vez a cada três meses terrestres, enquanto os planetas extrassolares orbitam uma vez a cada 250 anos.
O que aconteceria se caíssemos em um buraco negro?
Depois que o astronômico americano Andrea Ghez e o físico alemão Reinhard dividiram o Prêmio Nobel de Física em 2020, com o lendário físico britânico Roger Penrose, ficamos sabendo que aqui mesmo, em nosso quintal cósmico, existe um buraco negro supermassivo. O chamado Sagitário A* (Sgr A*) fica bem no centro da Via Láctea, tem 4,3 milhões de massas solares, e fica a aproximadamente 26 mil anos-luz do nosso planeta.
Mesmo sabendo que essa grande massa do Sgr A* representa apenas uma fração da massa total da Via Láctea (que é de cerca de 1,5 trilhões de sóis), alguém poderia se preocupar com o fato de ter um dia que encarar um buraco negro , sabendo que nada pode escapar deles.
Falando sobre essa experiência experimental, Stephen Hawking Aprenda, em seu livro “Uma Breve História do Tempo ”, que a pessoa passaria por um processo de “espaguetificação”. Se caísse de pé, sentiria uma força muito mais forte na parte inferior do corpo, que se alongaria, como o famoso macarrão, até se desintegrar completamente em átomos e partículas subatômicas.
Mas, se caísse em um buraco negro supermassivo como o TON 618, você poderia até sobreviver. Isso porque a gravidade lá é forte, mas a força de alongamento não. A má notícia é que o horizonte dos eventos está à beira do abismo do qual nada, nem ninguém, escapa.
Outra dúvida que pode aparecer para os terráqueos é se Sagitário A* poderia representar algum risco ao nosso planeta. Mirian Castejon, doutora em astrofísica e astronomia no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, diz considerar descoberto que o buraco negro é um perigo para a Terra hoje, mas adverte: “Num futuro bem distante, a Via Láctea vai colidir com a galáxia de Andrômeda e possivelmente os buracos negros centrais das duas galáxias irão se fundir”, afirma.
Do outro lado do buraco negro
De acordo com Castejon, embora esses objetos massivos são constantemente monitorados por vários telescópios“talvez a maior questão seja sobre o que acontece com a matéria dentro de um buraco negro e como os buracos negros supermassivos surgiram”.
Sobre o conceito de buraco de minhoca, um túnel no espaço-tempo previsto nas equações da relatividade geral de Einstein, e que poderia conectar um buraco negro a um buraco branco analógico, a astrofísica exprime o ceticismo. “Não há nenhuma evidência”, resume Castejon à CNN.
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