Uma equipe de cientistas descobriu evidências de que teria existido uma “Era dos Monotremados” — mamíferos que botam ovos — após encontrar fósseis de três novas espécies em um campo de opala na Austrália.
A pesquisa foi liderada por dois cientistas especializados em mamíferos, Tim Flannery, professor associado ao Museu Australiano, e Kris Helgen, cientista-chefe e diretor do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano, e foi publicado na revista de paleontologia australiana Alcheringa no último domingo (26).
Os fósseis foram encontrados nos campos de opala de Nova Gales do Sul, na Austrália, e datados da Idade Cenomaniana do Período Cretáceo, entre 102 milhões e 96,6 milhões de anos atrás.
Os três novos monotremados descobertas foram: Opalios esplendores – uma espécie que compartilha características tanto com a equidna quanto com o ornitorrinco; Aurora de Dharragarra – uma espécie de ornitorrinco; e Parvopalus clytiei – uma terceira menor espécie que as outras.
Segundo o professor Flannery, uma pesquisa indica que a Austrália era o lar de uma grande diversidade de mamíferos que botam ovos há 100 milhões de anos. Até hoje, as cinco espécies de monotremados que permaneçam vivos — os ornitorrincos e quatro espécies de equidnas — existem apenas na Oceania.
“Hoje, a Austrália é conhecida como uma terra de marsupiais, mas a descoberta destes novos fósseis é a primeira indicação de que a Austrália já foi o lar dos monotremados. É como descobrir uma civilização totalmente nova”, disse Flannery.
A descoberta aumenta em 20% a diversidade de monotremados em relação aos que já eram conhecidos anteriormente. Isso sugere que a árvore genealógica dos monotremados pode ser bem mais complexa do que conhecemos.
“O que há de tão incomum nesta história exclusivamente australiana é que, de repente, vemos seis mamíferos diferentes que representam ovos vivendo juntos (na cidade de) Lightning Ridge, há mais de 100 milhões de anos. Todos eles possuem destinos evolutivos potenciais que podem seguir em diferentes direções, e todos eles são ancestrais e parentes muito distantes dos atuais monotremados vivos”, acrescentou o professor.
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