Um evento em Washington reuniu especialistas de diversos países para debater as principais questões relacionadas aos cigarros eletrônicos, conhecidos como “vapes”.
Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos revelam que o país tinha cerca de 9 milhões de consumidores desses dispositivos até 2023.
Um dos tópicos centrais da reunião de especialistas foi o desafio de fazer com que mais adultos abandonem o cigarro convencional com a ajuda dos eletrônicos, uma vez que há estudos que apontam que eles seriam menos prejudiciais à saúde. No Reino Unido, onde há um programa para consumidores de trocar o cigarro comum pelo vape, uma pesquisa descobriu que os cigarros eletrônicos podem ser até 20 vezes menos contratados.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que não há provas suficientes que demonstrem o risco reduzido.
Os debates entre cientistas, autoridades reguladoras e representantes da indústria orbitaram em torno da regulamentação dos produtos. A questão é que a forma como eles devem ser analisados e se uma maior oferta de produtos regulamentados no mercado daria mais segurança aos consumidores.
“Quando estamos falando de proibição, se estamos falando de abastecimento completo de um produto, isso pode ser uma coisa muito difícil de conseguir. Uma das preocupações é o uso de produtos ilícitos”, afirmou um dos participantes.
Hoje, cerca de 100 países já comercializaram o vape. As regras variam, mas há um imperativo em todas as legislações: a importância do controle do uso entre os jovens.
No Brasil, após um extenso processo de revisão regulatória, no mês passado, a Anvisa decidiu por unanimidade manter a exclusão dos cigarros eletrônicos. Para o Ministério da Saúde, o uso desse dispositivo tem impacto significativo na saúde pública e, portanto, o acesso a ele não deve ser regulamentado.
Na semana que vem, o assunto voltou a ser debatido no Senado, que vai realizar audiência pública para discutir a questão.
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