Rússia lança dúvidas sobre responsabilidade do Estado Islâmico em ataque

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A Rússia contestou, nesta segunda-feira (25), as afirmações de que o grupo Estado Islâmico Orquestrou o ataque com arma de fogo a uma casa de shows nos arredores de Moscou que matou 137 pessoas e feriu outras 182.

No ataque mais mortífero na Rússia em duas décadas, quatro homens invadiram a Câmara Municipal de Crocus na noite de sexta-feira, disparando contra as pessoas durante um show do grupo de rock da era soviética Picnic.

Quatro homens, pelo menos um tadjique, foram detidos sob custódia e foram acusados ​​de terrorismo. Eles apareceram na Corte separadamente, prorrogadas para uma cela no tribunal distrital de Basmanny, em Moscou, por oficiais do Serviço de Segurança Federal.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque, uma afirmação de que os Estados Unidos declararam publicamente acreditar, e desde então o grupo divulgou o que afirma serem imagens do ataque.

Autoridades dos EUA disseram ter alertado a Rússia sobre a inteligência de um ataque iminente no início deste mês.

O presidente Vladimir Putin não revelou publicamente o grupo islâmico em ligação com os agressores, que, segundo ele, tentaram fugir para a Ucrânia.

Putin disse que algumas pessoas do “lado ucraniano” estavam preparadas para levar os homens armados para o outro lado da fronteira.

A Ucrânia negou qualquer papel no ataque e o presidente Volodymyr Zelensky acusou Putin de tentar desviar a culpa pelo ataque ao mencionar a Ucrânia.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, questionou as afirmações dos EUA de que o Estado Islâmico, que outros controles controlaram áreas do Iraque e da Síria, foi por trás do ataque.

Num artigo para o jornal Komsomolskaya Pravda, ela disse que os Estados Unidos estavam evocando o “bicho papão” do Estado Islâmico para cobrir os seus “bairros” em Kiev, e lembrou aos leitores que Washington apoiou os combatentes “mujahideen” que lutaram contra as forças soviéticas em Kiev na década de 1980.

Duas autoridades norte-americanas afirmaram na sexta-feira que os Estados Unidos tinham informações de inteligência que confirmavam a declaração de responsabilidade do Estado Islâmico.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse mais tarde aos repórteres que a Rússia não poderia comentar a alegação do Estado Islâmico enquanto a investigação estava em andamento e não comentaria a inteligência dos EUA, dizendo que se tratava de informação sensível.

Vídeo do suspeito

Putin disse que 11 pessoas foram detidas, incluindo os quatro supostos homens armados, que, segundo ele, fugiram da sala de concertos e seguiram para a região de Bryansk, cerca de 340 quilômetros a sudoeste de Moscou, para cruzar a fronteira com a Ucrânia.

Vídeos não selecionados dos interrogatórios dos suspeitos circularam nas redes sociais. Um dos suspeitos foi mostrado tendo parte da orelha cortada e enfiada na boca.

Um homem, um tadjique chamado Dalerdzhon Mirzoyev, encostou-se à jaula de vidro enquanto a acusação de terrorismo era lida. Saidakrami Rachabalizoda, com a orelha enfaixada, sentado.

Muhammadsobir Fayzov apareceu com roupas de hospital escancaradas e sentou-se em uma cadeira médica, com o rosto coberto de cortes. Shamsiddin Fariduni, com o rosto machucado, clamou-se.

Peskov, do Kremlin, deixou sem resposta a pergunta de um jornalista sobre o tratamento dispensado aos detidos.

Putin realizou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando uma grande guerra europeia após oito anos de conflito no leste da Ucrânia entre forças ucranianas, de um lado, e ucranianos pró-Rússia e representantes da Rússia, do outro.

Os EUA e os seus aliados europeus apoiaram a Ucrânia, concedendo bilhões de dólares em dinheiro, armas e inteligência numa tentativa de derrota das forças russas.

O governo francês disse na noite de domingo que estava elevando seu alerta de terrorismo ao mais alto nível após os tiroteios em Moscou.



Fonte: CNN Brasil

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