Pela primeira vez, foi realizado um transplante de rim de porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo. A cirurgia inédita foi comandado pelo médico brasileiro Leonardo Riella, em um hospital em Boston, nos Estados Unidos. O anúncio sobre o procedimento foi feito nesta quinta-feira (21).
Essa é a primeira vez que um transplante desse tipo foi feito em um paciente vivo. Em 2021, uma equipe de Nova York realizou um procedimento semelhantecomo parte de uma pesquisa, mas em uma pessoa que teve morte cerebral.
De acordo com comunicado divulgado pelo Hospital Geral de Massachusetts (MGH), onde o procedimento foi realizado, o procedimento foi bem-sucedido e é “um marco histórico no campo emergente do xenotransplante — nome técnico do transplante de órgãos ou tecidos de uma espécie para outra.
Quem é Leonardo Riella, médico brasileiro que comandou a cirurgia
Leonardo V. Riella é um médico brasileiro, formado pela Universidade Federal do Paraná. Realizou residência em Medicina Interna na Hospital Brigham e da Mulher (BWH), um hospital da Faculdade de Medicina de Harvard. Também realizou Fellowship (programa de especialização) em Nefrologia e Transplante na BWH e no Programa do Hospital Geral de Massachusettstambém na Faculdade de Medicina de Harvard.
Atualmente, Riella é presidente do Harold e Ellen Danser e professor associado de Medicina e Cirurgia na Faculdade de Medicina de Harvard. Além disso, é diretor de transplante renal do Massachusetts General Hospital e pesquisador sênior do Center for Ciência do Transplante.
O especialista também é membro associado do Instituto Amplo de Harvard e do MIT, e editor associado e de seção do Jornal Americano de Transplante.
Riella atuou durante 16 anos no BWH, entre 2009 e 2020, passando por cargas Médico Cientista, Médico Associado e Diretor Médico de Transplante de Tecido Composto Vascularizado. Desde então, atua no hospital onde realizou o transplante de borda de porco.

O médico brasileiro também está envolvido em diversas pesquisas científicas focadas, principalmente, na compreensão dos mecanismos de regulação imunológica e no desenvolvimento de novas terapias para promover a tolerância dos órgãos transplantados. Sua pesquisa também inclui investigações sobre como a alimentação pode afetar o sistema imunológico e a promoção de doenças autoimunes.
Além disso, Riella também está envolvida em ensaios clínicos/traducionais para identificar marcadores não invasivos de exclusão precoce de órgãos transplantados e para desenvolver novos ensaios para medir a função imunológica em pacientes transplantados.
Riella ainda é líder do consórcio TANGO, um estudo multicêntrico que investiga a recorrência da doença glomerular (que afeta os glomérulos, pequenos vasos sanguíneos responsáveis por filtrar o sangue nos rins) pós-transplante, e do estudo GENIE, que investiga uma intervenção dietética em pacientes com síndrome nefrótica.
Riella tem mais de 160 publicações científicas em revistas importantes da área, incluindo Jornal de Medicina da Nova Inglaterra, Circulação, Jornal de investigação clínica, Jornal de Imunologia, Transplantação e Jornal Americano de Transplante. A
Também recebeu diversos prêmios, incluindo o Prêmio Jovem Inovador da Sociedade Americana de Transplante (AST), o Prêmio de Desenvolvimento de Carreira em Ciências Básicas de 2016 da AST e o Prêmio de Ensino do Corpo Docente de Harvard de 2020.
As informações foram obtidas no site do dr. Leonardo Riela e em seu perfil no LinkedIn.
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