Ondas de calor: as altas temperaturas podem prejudicar a saúde do coração

0
3
Ondas De Calor


O Brasil está enfrentando, nesta semana, uma nova e potente onda de calor sufocante. De acordo com o Climatempo, as temperaturas estão 5ºC acima da média e devem permanecer altos até o fim do verão, no dia 20 de março. São Paulo, por exemplo, poderá ter temperaturas máximas próximas de 40 ºC, enquanto as tarifas ficarão entre 37 e 40 ºC em estados do sul.

Ó calor sufocante é uma realidade que tende a piorar, já que o aumento da temperatura ocorre em consequência das mudanças climáticas ocasionadas pelo aquecimento global. Esse cenário é preocupante, já que o calor extremo pode causar alterações no organismo e trazer riscos à saúde, principalmente para o coração.

“As temperaturas extremas levam à vasodilatação, ou seja, à dilatação de vasos sanguíneos e artérias. Quando isso acontece, a pressão tende a cair e essa queda, se ocorrer com frequência, pode levar a uma deficiência na supervisão auditiva dos órgãos”, explica o cardiologista Fernando Nobre.

Além disso, o organismo passa a ativar uma série de mecanismos para compensar o aumento da temperatura corporal causado pelo calor. É o caso do suor, em que líquidos e sais minerais importantes para o bom funcionamento do corpo podem ser perdidos. É nesse cenário que a saúde do coração pode entrar em risco.

“Nessa tentativa de indenização pelo calor, a tendência é que o número de corações cardíacos por minuto seja aumentado. Então, algumas pessoas podem ter arritmia, que é o funcionamento inadequado do coração”, afirma.

A arritmia é uma condição cardíaca caracterizada por alterações no ritmo cardíaco habitual, que pode ser um coração acelerado do coração (taquicardia) ou muito lento (bradicardia). Na maioria das vezes, como arritmias não causam sintomasporém, em alguns casos, podem levar à sensação de palpitaçãodesmaio e, em casos graves, pode levar ao óbito.

Um relatório publicado na revista científica A Lancetano ano passado, mostrou que as mortes relacionadas ao calor em pessoas com mais de 65 anos aumentou 85% desde a década de 1990. Além disso, o estudo mostrou que, se a temperatura global aumentar 2ºC, o número de mortes relacionadas ao calor aumentaram em 370% até 2050.

Quem são as pessoas com maior risco?

Todas as pessoas podem ser afetadas pelas altas temperaturas das ondas de calor atuais. No entanto, alguns grupos são mais suscetíveis a complicações graves de saúde devido às temperaturas extremas. É o caso dos idosos e das crianças, segundo Nobre.

“Via regra, os idosos já têm lesões no coração e placas de aterosclerose, então, esse aumento de temperatura com queda de pressão e alterações circulatórias podem ser mais expressivas nessa população”, afirma o cardiologista.

Em relação às crianças, o especialista explica que, em geral, elas ainda não possuem autocontrole total para manter os níveis de hidratação adequados durante as ondas de calor e, por isso, têm maior tendência à desidratação. “É preciso que o pai, mãe e cuidadores se preocupem com isso e façam com que elas sejam hidratadas”, ressalta Nobre.

Sinais de alerta e cuidados importantes durante o calor extremo

Durante os dias de temperaturas extremas, podem ser comuns notar alguns sinais de queda de pressão, como tontura, mal-estar, sonolência e indisposição. De acordo com o cardiologista, Esses sintomas podem ser controlados com uma boa hidratação, com ingestão de água e sucos. No entanto, se ocorrerem desmaios, é importante procurar atendimento médico.

Além disso, ao notar que os batimentos cardíacos podem estar aumentando ou falhando (com palpitações), também é fundamental marcar uma consulta com o cardiologista.

Para evitar que complicações de saúde ocorram durante as ondas de calor, alguns cuidados são fundamentais, como:

  • Beba bastante água;
  • Evite bebidas alcoólicas;
  • Faça refeições leves e frias;
  • Mantenha sua casa fresca, com janelas abertas;
  • Tome banhos frios;
  • Prefira ambientes arejados e evite aglomerações;
  • Proteja-se do sol com chapéu, óculos escuros, roupas leves e protetor solar;
  • Use soro fisiológico nos olhos e narinas;
  • Não faça exercícios físicos em horários com maior incidência de raios UV, das 11h às 17h.



Fonte: CNN Brasil

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here