O desembargador Tito Campos de Paula do Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu, na terça-feira (12), decisão de primeira instância que transferia o controle do Grupo Imcopa para o Grupo Petrópolis, que atua no ramo cervejeiro. Ele atendeu a um pedido dos investigados na Operação Cortina de Fumaça.
“Desse modo, preencheu o requisito do perigo de dano e demonstrou a urgência da medida, e garantindo-se que o órgão colegiado aprecie o mérito com a devida cautela que o caso recomenda, prestigiando-se o princípio do colegiado, defere-se o efeito suspensivo ativo ao recurso”, escreveu o desembargador, que também determinou a nomeação de um administrador independente.
“E determinar que o juízo a quo, no prazo de 48 horas da ciência desta decisão, nomeie gestor judicial independente (das partes), escolha pessoa idônea, transferência e imparcial para exercer a função de gestor do grupo recuperando até decisão ulterior, nos termos da fundamentação.”
A Justiça do Paraná havia determinado o retorno do Grupo Petrópolis ao comando na última sexta-feira (8).
No último dia 7, a Divisão Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR) do Paraná deflagrou uma operação que apura condutas ilícitas de gestão do Grupo Imcopaque atua na industrialização da soja e está em recuperação judicial desde 2013 com uma dívida estimada em R$ 3 bilhões.
De acordo com a investigação, Fernando Lauria e Mauro Piacentini estariam na administração da Imcopa para ocultar a atuação de Renato Mazzuchelli e Ruy del Gaiso, agentes do mercado financeiro.
Ruy e Renato, segundo a investigação, comandam a gestora de investimentos R2C, com sede em Pinheiros, bairro da zona oeste da capital paulista, que também foi alvo de busca e apreensão. O investigador aponta que a R2C detém o controlo da empresa Nuevo Plan5, indicado no processo de recuperação judicial para controlar a Imcopa.
A investigação diz ainda que pelo menos R$ 135 milhões foram desviados dos cofres da Imcopa para contas pertencentes às empresas de Ruy e Renato.
Histórico de disputa judicial
Há mais de uma década, duas fábricas sediadas no Paraná pertencentes ao grupo Imcopa foram alugadas ao empresário Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis, que atua no ramo cervejeiro e produz a cerveja Itaipava.
A gestora R2C teria captado dinheiro de bancos e de Faria para comprar créditos da Imcopa. O empresário cervejeiro acusa Ruy e Renato de golpe.
No mês passado, a Justiça chegou a afastar a diretoria da Imcopa em ação movida por Faria, vítima das fraudes apuradas na operação. Dias depois, uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná reconduziu o Novo Plano5 ao controle da companhia.
Procurado pela CNNWalter Faria disse que não comentou a decisão.
A CNN Entrei em contato com a assessoria de imprensa do Grupo Imcopa e aguarda um posicionamento sobre a decisão recente.
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